No Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres, com taxas mais altas no Sul e Sudeste que correspondem a aproximadamente 41 novos casos por 100.000 mulheres/ano. Sua incidência aumenta com a idade; a maior parte dos casos ocorrem a partir dos 50 anos, apesar de observarmos um aumento da incidência em mulheres mais jovens. Daí surge a necessidade de um bom programa de prevenção para eliminar fatores de riscos mutáveis (como por exemplo, obesidade e consumo de álcool) e para diagnóstico precoce com vistas ao tratamento adequado desta doença.
É a principal causa de morte por câncer em mulheres, representando 16% de todos óbitos por câncer neste gênero. Esta taxa é muito alta no Sul do país (aproximadamente 12 óbitos/100.000 mulheres).
Recomenda-se o rastreamento para mulheres 50-69 anos sem sinais e sintomas de câncer, a cada dois anos, com pelo menos Mamografia. Pode ser indicado a realização de screening em idade mais precoce a critério médico, podendo ser utilizadas a Ultrassonografia e a Ressonância Magnética mamária. Somente no RS são realizadas anualmente aproximadamente 200.000 mamografias de rastreamento pelo SUS. Essa simples medida é capaz aumentar o diagnóstico precoce e, por consequência, reduzir a mortalidade por essa doença.
A falha nesse mecanismo de prevenção, muitas vezes leva a um diagnóstico tardio da doença, resultando em tratamentos mais agressivos que podem envolver quimioterapia, radioterapia e mastectomia (retirada total das mamas).
Isto pode deixar sequelas que vão além das cicatrizes. A mama é um componente essencial no ser mulher, está associado a feminidade, sexualidade e amamentação. Assim sendo, a reconstrução das mamas, utilizando implantes ou tecidos autólogos (do próprio paciente) é essencial para restaurar a autoestima dessas pacientes.
A reconstrução da mama pode ser feita de forma imediata, ou seja, no mesmo ato cirúrgico da retirada do tumor, ou de forma tardia, na qual se espera um tempo para realizar a reconstrução. Atualmente, há uma tendência para tentativa de reconstrução imediata para evitar os traumas psicológicos decorrentes de a paciente permanecer sem as mamas. Entretanto, essa não é a realidade das pacientes do SUS, nas quais observamos que poucas têm acesso ao tratamento imediato. Resultado disso é que há um número considerável de mulheres mastectomizadas aguardando na fila para realizar a reconstrução das mamas.
Assim como outras neoplasias, a prevenção e diagnóstico precoce são a chave para que os médicos possam evitar óbitos por esta doença e para que a reconstrução mamária seja feita da melhor forma possível, amenizando os reflexos do seu tratamento.
O Hospital Ouro Branco reafirma o compromisso da instituição com a promoção da saúde e seu papel na comunidade, promovendo a prevenção e o cuidado em um mês que simboliza a luta contra o câncer de mama.

Cirurgião Plástico – CRM 39313 | RQE 358903 e 18870 – Hospital Ouro Branco