Profissionais de saúde que integram o grupo de risco na pandemia de Covid-19 iniciaram vacinação no Hospital Ouro Branco (HOB), de Teutônia. A primeira dose da CoronaVac foi aplicada no dia 26 de janeiro, no Posto de Saúde do Bairro Languiru.
O médico pneumologista e clínico geral Dr. Gerson Benvindo da Silva (77) e o médico cirurgião Dr. Carlos Renato Dreyer (71) foram os primeiros vacinados do grupo. “São profissionais que desempenham importante trabalho no HOB e estão afastados de suas atividades desde o início da pandemia. Eles já passaram por outras pandemias na linha de frente, como do H1N1, seu trabalho faz falta aos pacientes e colegas. Como corpo clínico e direção médica consideramos importante o retorno dos mesmos aos trabalhos na instituição o mais breve possível”, avalia a diretora técnica, Dra. Mariana Lucietto Piccinini Dezone.
Valor da ciência
Integrante do corpo clínico do HOB há 16 anos, o Dr. Gerson está sem atender de forma presencial desde o dia 20 de março de 2020. “Enfrento este momento com sentimento de tristeza e impotência, porém, tenho convicção de que estou seguindo a orientação da ciência. O apoio dos familiares, do corpo clínico e dos funcionários do HOB está sendo importantíssimo para me manter bem. Felizmente eu e meus familiares não apresentamos nenhum sintoma de Covid-19”, revela.
Ele classifica o início da vacinação como um marco da ciência. “Temos, em menos de um ano, cinco vacinas comprovadamente eficazes e seguras no controle da transmissão. Isso significa que o homem pode mudar o rumo das pandemias virais, desde que o mesmo se livre do egoísmo e da arrogância. As vacinas não exterminarão o inimigo invisível, mas seguramente quando vacinarmos pelo menos 70% da população, alcançaremos a esperada ‘imunidade de rebanho’. Assim, diminuímos drasticamente o contágio e a propagação. É uma esperança e uma realidade, entretanto, irá demorar. Façamos a nossa parte, que a ciência nos dará o retorno esperado”, avalia, orientando a todos para que sigam com os cuidados, como o distanciamento social, isolamento quando possível, uso de máscara e higiene pessoal.
“Meu sentimento por estar entre os primeiros vacinados do HOB é de esperança e gratidão pela ciência. Deixo aqui meu reconhecimento a todos os profissionais de saúde que diuturnamente lutam na linha de frente em todo mundo, particularmente aos profissionais de saúde de Teutônia e do HOB. Meu respeito também a todos que perderam a vida para a Covid-19”, conclui.
Retorno ao trabalho presencial
O Dr. Renato é integrante do corpo clínico do HOB desde 1978. Nesses mais de 40 anos, ele fala da sensação de estranhamento por ter de passar para o trabalho em isolamento, sem o contato físico com pacientes em consultório ou no hospital. “Parei de atender presencialmente no dia 18 de março de 2020, por integrar o grupo de risco em virtude da idade, passando para atuação por home-office, atendendo consultas pelo sistema online”, resume.
Ele espera poder voltar ao trabalho presencial após a segunda dose da vacina e confirmada a imunização. “É um privilégio poder receber a vacina, com poucos vacinados até o momento. Ao mesmo tempo aumenta o compromisso de voltar a atender a comunidade. Por outro lado, tenho uma sensação de frustração pelo fato da vacina não estar chegando para todos neste momento”, comenta.
Por fim, Dr. Renato classifica a vacinação como “o início do fim do quadro de pandemia. Ainda assim, mesmo os vacinados, terão que continuar tendo os cuidados que vinham sendo adotados até agora como forma de evitar a progressão da doença: uso da máscara sempre que sair de casa, manter o distanciamento possível e evitar aglomerações, evitar trânsito e permanência desnecessária em ambientes fechados com mais pessoas, além das medidas de higiene, como a lavagem frequente de mãos”.
Texto: Leandro Augusto Hamester Crédito das fotos: Leandro Augusto Hamester