Não aguento mais meu trabalho: será que é burnout?
O termo burnout, veio a partir do verbo “burn-out”, definido pelo dicionário inglês como “falhar, desgastar ou ficar exausto por fazer demandas excessivas de energia, força ou recursos”.
Um dos assuntos que tem estado em voga ultimamente é a Síndrome de Burnout, mas afinal, o que é isso? Essa síndrome, também chamada apenas de burnout, é uma condição relacionada principalmente ao trabalho, que se caracteriza por exaustão emocional, insatisfação com o próprio desempenho e despersonalização (desligamento do trabalho).
Ela pode ocorrer no cenário de estresse crônico relacionado ao trabalho, de modo especial, quando há pressão excessiva, conflitos, pouco apoio emocional e pouco reconhecimento. No Brasil, essa síndrome passou a ser reconhecida como doença ocupacional pela Previdência Social a partir de 1999.
Além dos impactos na saúde emocional, o burnout também pode levar a distúrbios do sono (sensação de sono não reparador), diminuição de funções cognitivas (piora da atenção e memória), alterações no sistema imunológico (infecções, inflamação), síndrome metabólica (resistência insulínica – predispondo o desenvolvimento de diabetes) e doenças cardiovasculares (aumento da pressão arterial e risco de infarto cardíaco).
Diante do exposto, se faz necessário intervenções lideradas pelas empresas visando transformar o clima negativo no ambiente laboral, a insatisfação com a supervisão e os processos de trabalho, incluindo a reestruturação de tarefas, práticas ergonômicas. Ações como reduzir a sobrecarga de atividades, melhorar a distribuição dos afazeres e aumentar os níveis de participação da equipe na tomada de decisões favorecem a diminuição dos níveis de burnout. Do mesmo modo, são imprescindíveis ações no âmbito individual que envolvam técnicas de relaxamento e/ou de terapia cognitivo-comportamental para melhorar o suporte social, o desempenho e as habilidades de resolução de conflitos interpessoais.
Se você percebe sinais de burnout em si, colegas de trabalho e/ou funcionários, não deixe de buscar auxílio profissional para lidar com a situação, pois todos são responsáveis e beneficiados pelo equilíbrio psicológico da equipe.
Texto: Sodriane D’Avila, médica CRM/RS 50.599
E-mail: sodriane.davila@gmail.com